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Relato de parto ♥ Seline ♥

O final da gravidez é sempre de muita ansiedade. Principalmente quando você já está de licença (meu caso). 
Você acorda todos os dias pensando: será que vai ser hoje?
Qualquer cólica diferente, você já acha que está iniciando o trabalho de parto.
Você fica naquela expectativa de conhecer o rostinho daquele ser que você já ama intensamente sem ao menos conhecer seu rostinho.

No meu caso, a primeira gravidez eu acho que foi mais complicado pra mim. Eu fiquei com medo de passar da hora e acabei aceitando que marcassem a cesárea. Infelizmente eu decidi a data e hora que minha princesa viria ao mundo e não ela, como deveria ser.

Dessa vez eu queria que a Seline escolhesse o momento dela. 
Mas isso deixou a família desesperada..rs

Eu estava inchada demais e quase não aguentava mais o peso do corpo. Além disso já estava de licença desde o dia 28/05 e os médicos ficavam me assustando, dizendo que a bebê estava muito grande e gorda e que eu não teria 'passagem' desse jeito!
Todo mundo me achando louca..rs

Eu não sabia direito o que esperar. 
Na primeira vez eu nem cheguei a entrar em trabalho de parto. 
Não senti nada durante o parto por conta da anestesia. Passei mal na mesa de parto, também por conta da anestesia. Tive muita falta de ar e praticamente não vi minha princesa chegar ao mundo.
Então qualquer cólica mais forte ou dor na bacia eu já achava que era o DIA..rsrs
Uma amiga de infância me contou sobre os dois partos dela, ambos normal/hospitalar, e ela foi bem sincera com relação a dor e me deu algumas dicas de como agir, o que esperar, como poderia ser..rs

E no dia 11/06 às 5h da manhã tive os primeiros sinais! (uhuull!!)
Fui ao banheiro e tinha sangue na calcinha. Fiquei eufórica pensando que em poucas horas eu teria ela em meus braços.
Mas tentei manter a calma, enviei uma mensagem para a minha doula querida Carla Arruda e avisei o marido: AMOR, ACHO QUE FINALMENTE HOJE É O DIA!

A Carla me mandava mensagens dizendo para eu manter a calma, me alimentar bem, tentar dormir (se eu conseguisse por conta da ansiedade..rs)   E deixar ela informada com o decorrer do dia.
Eu (inocente) pensei: Decorrer do dia!? Como assim, não vai nascer daqui a pouco!? (hahaha)
E meu dia foi tranquilo.
Tive contrações leves durante o dia todo, algumas um pouco mais fortes e eu pensava acho que agora vai..rs
Me alimentei bem e tive a companhia do maridão, da filhota linda e da sogra querida o dia todo.
Quando foi umas 15h/16h, saí para caminhar para ver se evoluía o trabalho de parto, já que a Carla havia me dito que muitas mulheres ficam nesses pródromos por dias! E eu não queria ficar dias ..rs
Enquanto caminhava, o Dan fotografava e as contrações pareciam querer começar a ritmar, mas era só uma 'pegadinha'   hahaha
A noite foi chegando, a ansiedade aumentando e as contrações pareciam ficar mais fortes - Só pareciam, porque até então eu não tinha idéia do que vinha pela frente...kkkk.


Recebi visitas de amigos que me distraíram um pouco e uma amiga/doula de coração a Julia Gomes (rsrs) que acompanhou o fim dos pródromos,  fez um chá maravilhoso, me acalmou, acalentou, me ajudou na contagem das contrações, ajudou a acalmar a sogrita que já estava tensa (rs) e manter a Carla informada do andamento da coisa..rs

Por volta das 21h as contrações começaram a ficar mais fortes e ritmadas (até que enfim) e a adrenalina começou a bater. Em uma hora elas estavam com intervalos de 5 min e a Carla chegou!
Os amigos foram embora, Amelie e Izinha foram deitar e ficamos os 3 na sala conversando e na expectativa. 
E meus pensamentos eram: É hoje mesmo! Não acredito que estou entrando em trabalho de parto! Que emoção!
Danilo brincando e tirando o sarro para descontrair e disfarçar a ansiedade e a Carla me dizendo: Você ainda não está em trabalho de parto, você está rindo!
o.O
HAHAHA


O que? como assim?



Naquele momento eu não entendia porque ela falava essas coisas, eu já estava com dores que eu achava que já estavam fortes (sabe de nada..rs).

Ela me disse que o Dr. Braulio Zorzella estava em Sorocaba saindo de um plantão e me perguntou se eu gostaria que ele passasse em casa para analisar o andamento do TP. Fiquei eufórica, pois eu queria que tivesse dado tempo de parir durante o plantão dele e não tinha rolado.


O doutor chegou, colocou a mão em minha barriga e fez uma cara de leve espanto, pois as contrações se emendavam uma na outra. Ele chegou a dizer algo parecido com: Nossa, nunca vi isso! o.O
Fez o exame de toque e eu ainda não estava dilatando, o colo do útero estava durinho e fechadinho. 



Aí me preocupei!
O que passava na minha cabeça era: Poxa vida, eu já estava o dia todo em pródromos, já estava há algumas horas com contrações ritmadas e nada de dilatação?
Será que vem outra cesárea?

E ele me acalmou dizendo: Você ainda não está em trabalho de parto ativo, você está sorrindo..rs

Essa frase estava me dando medo..rsrs

Por volta da 1h da manhã do dia 12, ele se despediu, a Carla desceu para acompanhá-lo até o carro, o Dan desceu para fumar e eu fiquei tomando um chá com a sogra.
Senti vontade de fazer xixi e quando levantei levemente, senti molhar bastante a calcinha e disse: Ai! Acho que a bolsa estourou!

hahahahaha, não tem como lembrar desse momento e não rir!
Durante todo o tempo minha sogra me dizia que não queria estar sozinha comigo quando a bolsa estourasse, porque ela entraria em desespero e não saberia o que fazer. E por ironia do destino, o momento foi exatamente esse, quando todos saíram e nos deixaram sozinhas..rsrs
Eu fui para o chuveiro e pedi que ela tentasse chamar o Dan e a Carla.
Eles subiram e enfim lá estava eu indo embora para a partolândia.
Com a bolsa rompida, as contrações se intensificaram e eu não estava mais no mundo real...haha
Foi aí que eu entendi aquela frase. A partir desse momento, realmente eu não sorria mais...rsrsrs



A Carla pediu que o dr. Braulio retornasse, pois minhas dores estavam muito intensas e as contrações não me davam uma trégua. 
Enquanto uma contração estava passando, a outra já estava vindo com toda a força.
Me disseram que o Dr. demorou quase 1h para retornar, mas para mim foram coisa de 10 minutos. Perdi completamente a noção de tempo e espaço..rs

Ele chegou, examinou novamente e disse que ainda não tinha dilatação.
Então pensei: Como assim? Nada de dilatação? Com essa dor imensa? Eu não estou parindo já? (kkkkk) 
E ele me perguntava mil vezes onde era a dor que eu estava sentindo. Eu não entendi muito bem na hora, mas eu estava com dores nos pontos da cesárea e não sabia. 

Eu já não tinha posição para ficar, porque nenhuma delas amenizava a dor.
Fiquei deitada na cama tentando achar uma posição e então percebi que estava sozinha.
Todos estavam em outro cômodo da casa conversando baixinho. E eu consegui escutar o Dr. dizendo: Não fala isso pra ela!
E mais uma vez eu pensava: o que não é para me falar? O que está acontecendo? AI MEU DEUS!

Voltei para o chuveiro, Carla me massageando (mãos de fada!) e então me perguntaram se eu queria ir para o hospital.
Eu realmente queria, mas não sabia se era a hora. 
Estava com medo e não estava raciocinando direito. 
A decisão veio do Dan: Vamos agora! Você não está em condições de decidir. Eu decido por você! Vamos!
Eles me ajudaram a me trocar e eu só me lembro de pedir uma garrafa com água, pois a sede era intensa!..rsrs

No meio do caminho eu chorava e perguntava: O que vocês estão escondendo de mim? Eu não vou conseguir né? Vou cair em mais uma cesárea?
E o Dan tentou não falar, mas acabou soltando: O dr. disse que as dores que você está sentindo é nos pontos da cesárea. Tentamos esperar o máximo em casa para poder dilatar, já que as dores estão fortes, mas ele acredita que dependendo do médico que estiver de plantão, vai te encaminhar para cirurgia. 80% de chances de você fazer outra cesárea.

Nesse momento foi uma mistura de sensações gigantescas.
Medo, tristeza, dor, alívio, decepção, cansaço, dor...rsrs
Mas eu disse: Amor, eu quero ter normal, mas se for para ser cesárea, nesse ponto já não me importo mais. Só quero que ela nasça bem!
E ele respondeu que estaria lá comigo e não deixaria nada de ruim acontecer. E que se fosse para ser cesárea, seria, mas que não era para eu ficar frustrada, pois eu tinha tentado.

Chegamos no hospital e eu estava gemendo muito.
A Carla entrou comigo, enquanto o Dan foi fazer minha ficha de internação.
A enfermeira veio me examinar e não deixou que a Carla entrasse comigo na sala.
Ela começou a fazer perguntas e eu mal conseguia responder. Como eu disse, já estava no mundo da partolândia e não conseguia pensar direito.
Ela perguntou sobre o primeiro parto, se essa gestação teve alguma complicação (detalhe que ela estava com minha carteirinha de gestante em mãos ¬¬) 
Me perguntou que hora havia rompido a bolsa e eu respondi: Ah! Faz uma hora +/-

Ela me pediu que me deitasse na maca e eu não conseguia ficar na posição para que ela me examinasse e aí começou a grosseria.
A abençoada vira pra mim e diz: Mãezinha (com todo sinismo do mundo), seu primeiro parto pode ter sido cesárea, mas hoje você vai ter um parto normal, então deita na maca para eu examinar.
Eu respondi: Que bom que vai ser normal, porque me preparei muito pra isso. E com certeza não quero parar na mesa de cirurgia. (Minha vontade era mandar ela para aquele lugar, mas me controlei com medo de judiarem de mim..rs)
Quando terminou o exame de toque, ela disse que eu estava com 1 dedo e meio de dilatação e pediu que eu deitasse em outra maca para fazer o cardiotoco e disse que eu teria que ficar quieta, parada para não dar erro.
Cara! Eu não conseguia ficar em posição alguma! 
Certeza que me mexi demais nessa hora e certeza que o exame não teve um resultado correto.
Então ela disse que eu teria que andar pelo hospital por uma hora para ver se evoluía.

Saí da sala, encontrei a Carla e ela disse: Ju, eu deveria ter entrado lá com você. 
E eu tinha certeza disso. Porque a Carla estava comigo o tempo todo. Sabia hora exata de tudo o que aconteceu.
Eu estava tão louca que eu disse que fazia 1h que minha bolsa tinha rompido, mas eu não sabia que já eram 5h da manhã, ou seja, minha bolsa já havia rompido há 4 horas!!!

E lá fomos nós, caminhar pelos corredores do hospital. Fui até a sala de espera encontrar o Dan. O hospital ainda estava vazio e eu queria os dois perto de mim.
As dores eram tão fortes que eu vomitei umas 5 vezes na lixeira da recepção..rsrs
E aquela 1h era infinita!
Voltamos para a sala da enfermeira e dessa vez a Carla entrou comigo e começou a responder corretamente todas as informações.
Quando ela falou que minha bolsa estava rota desde a 1h, a enfermeira enlouqueceu..rs
Ficou brava comigo por ter dado a informação incorreta e eu nem discuti.
Dessa vez eu já estava com 6 dedos de dilatação aproximadamente e então eu fiquei mais aliviada e comecei a acreditar que teria uma chance..rs

Ela me internou e disse que eu teria que escolher UM acompanhante e eu pedi que a Carla ficasse comigo até o momento do nascimento e depois ela trocasse com o Danilo. 
E ela disse: Não! A pessoa que entrar agora, vai ficar até o fim!

Eu vi nos olhos da Carla que ela não queria ir. E eu realmente não queria que ela me deixasse lá, mas ao mesmo tempo eu não poderia privar o Dan de ver o parto da filha.
A Carla foi embora e o Dan entrou.
Fiquei um momento sozinha e ela entrou na sala de parto e me disse, dessa vez com toda a calma do mundo: Mãezinha, não pense que a dor é sua inimiga e não haja assim, pelo contrário, essa dor que você está sentindo é que vai te ajudar a trazer sua bebê ao mundo.
Fiquei impressionada, mas depois entendi. Porque logo depois, para a glória de Deus, trocou o plantão e o Dan perguntou para a nova enfermeira: Será que a doula dela pode entrar para acompanhar? E trocar comigo na hora do nascimento?
E a resposta dela foi: Claro! E se ela parir no meu plantão, pode ficar vocês dois com ela!
E eu chorei de emoção!
Minha vontade era de abraçar aquela moça fofa!
Para mim a Carla demorou uns 10min para voltar. Mas me disseram que foram uns 40min..rs

E então lá estava eu no chuveiro, no expulsivo, fazendo força como se tivesse fazendo cocô, só que muito mais forte...rs




E achando que a qualquer momento ela sairia. 
Saí do chuveiro, fui pra sala de pré parto e lá fiquei fazendo força de cócoras. 
A Carla o tempo inteiro me fazendo massagens, me ajudando a fazer força, tentando me acalmar e eu conseguia ver nos olhos dela que ela estava sofrendo junto comigo.
Volta e meia eu via o Dan se abaixando na minha frente fazendo cara de negação.
E eu sem entender nada!





Voltei pro chuveiro, continuei fazendo força e já estava cansada, achava que a qualquer momento o médico entraria e me levaria para a mesa de cirurgia e tudo aquilo teria sido em vão. 
E então eu comecei a pedir pra que o Dan e a Carla me ajudassem a parar com aquela dor. Não me lembro direito, mas acho que não cheguei a ser direta: Me leva pra cesárea!!..rsrs
Mas eu pedia para me darem um sedativo, ou uma anestesia, qualquer coisa que amenizasse aquela dor. Pois as contrações ainda estavam emendadas.
O Dan chorava comigo, mas não saía de perto por nada!






Enquanto a Carla saiu para pegar mais água pra mim (como eu disse, a sede era imensa..rs), o Dan me disse: Amor, agora não tem mais jeito! Não tem como fazer cesárea, nem dar anestesia, nada! A partir de agora a sua única opção é parir.
A partir daí, não reclamei mais, só dizia que eu não estava mais aguentando e na minha cabeça parecia que ela nunca sairia dali.
Só que o bonito estava mentindo para mim..rs 

Me lembro de ver 3 enfermeiras, dois médicos e ouvir duas mães nas macas ao lado. Estava me sentindo envergonhada, porque eu achava que estava gemendo e gritando horrores. Fora que eu estava nua, porque nessa altura do campeonato eu já tinha ido pro chuveiro umas 10 vezes e não tinha colocado o avental de volta. Além do mais, eu percebi que estava defecando, quando senti a Carla me limpando com uma toalha umedecida. Fiquei extremamente envergonhada, mas ela me disse: Ju, se acalma! Eu estou acostumada com isso. Foca no seu momento.




Nesse meio tempo, o obstetra começou a querer puxar papo..rs (Bela hora! -.-')
Ele quis saber quem era a Carla e ela disse que era minha doula. 
Ele ficou curioso para saber o que significava isso ( ¬¬ ) e ela respondeu: Doula significa 'mulher que serve'
E ele me faz o comentário infeliz: Ah! tipo gueixa.
O.O
Eu não acreditei...rsrsrs
Se eu não estivesse naquela situação, teria soltado uma gargalhada e uma resposta bem grossa.
Mas a Carla foi calma e disse que é completamente diferente, pois a gueixa serve de outra forma..rs
P.S: Tenho certeza que a vontade dela era levantar e dar um murro na cara dele..rsrs

Após algumas horas de cócoras, vi novamente o Dan se abaixar e dessa vez levantou com cara de animado..rs
A enfermeira pediu que me deitasse na maca.
E comecei a fazer mais força.
A Carla do meu lado, segurando minha mão.
O Dan com a câmera esperando ansiosamente pelo grande momento da saída da nossa princesinha.
E todo mundo me incentivando dizendo que faltava pouco.
Não era bem assim que me sentia...rs
Eu lembrava que toda mulher com quem eu tinha conversado, havia me dito que você sente quando a bebê está prestes à sair. Mas eu não sentia nada. Só aquela vontade louca de fazer força e uma sede incontrolável..rsrs

Quando me dei por conta, a cortina estava aberta, e eu vi na minha frente: a enfermeira/obstetriz, sua assistente com a vaselina para ajudar na saída da neném, uma outra enfermeira que passava por ali e parou para ver, o médico obstetra que estava conversando com o pediatra e ambos pararam para assistir ..rsrs
E então eu escuto a seguinte frase: Quer uma epísio aí?

Pra quem procura informações durante a gravidez, sabe que isso é uma intervenção péssima. E eu não queria intervenção nenhuma. Queria parir naturalmente!
E a resposta veio do Dan: ninguém vai fazer epísio nenhuma! 
A fofa da Ana (enfermeira obstetriz) viu meu olhar de desespero e disse: Ju, relaxa! Eu estou aqui e não vou deixar ninguém tocar em você!


E ela dizia que faltava pouco e eu pensava: mentira! eu não to sentindo nada! Porque ela não vem? Porque estão mentindo pra mim?

E então eu senti. 
O famoso círculo de fogo. 
A cabecinha dela finalmente estava querendo sair.
O Dan chorava de emoção. 
A Carla ainda segurando minha mão. 
E todos me diziam: Vai Ju! Ela ta vindo! Vem Seline! Vem Seline! ♥

Meus olhos se enchem de lágrimas de lembrar o quanto foi emocionante esse momento.
Não só para mim, mas eu percebi que todos que estavam naquela sala, estavam torcendo por mim e por ela. Como num filme de sessão da tarde...rs
Eles me elogiavam pela minha força, garra e por não gritar.

Oi?! Não gritar? Eu não to gritando? Mas minha garganta está dolorida..rs

Foram algumas contrações para que saísse a cabeça e a pior parte já havia passado. Respirei para fazer força para o ombro passar, pois eu já estava extremamente cansada. 
E foi um alívio quando o ombro passou. 
E finalmente eu senti que ela havia saído completamente, e ela ainda com o cordão umbilical, a colocaram nos meus braços.
Levei um susto quando o médico disse: Horário de nascimento 10:15h
Pra mim ainda eram umas 7h da manhã.
E minha pequena veio ao mundo com 49cm, 3.695kg e eu estava com 39 semanas e 2 dias ˆˆ

Não tem uma explicação melhor para esse momento do que dizer: Como Deus é maravilhoso!




Segurá-la em meus braços e saber que ela ainda estava ligada em mim.
Sentir aquele cheiro maravilhoso dela. Um cheiro único que eu não senti na Amelie, pois a limparam antes que eu pudesse abraçá-la.
E eu chorava e dizia: Oi meu amor, é a mamãe! Nós conseguimos filha! 
Depois de alguns minutos, a Ana perguntou pro Dan se ele queria cortar o cordão umbilical e eu tenho certeza que ele se sentiu maravilhado por poder fazer isso.
Porque eu estava tão empolgada com tudo. Achei o máximo ele poder participar assim.

Enquanto levaram ela para examinar, fiz uma última força onde saiu a placenta e a Ana me deu 3 pontinhos. (Laceração leve)







Sentei em uma cadeira de rodas para ir para o quarto e me entregaram minha princesa linda. Eu fiquei desacreditada que eu estava indo para o quarto com ela no colo.
E me disseram: Ela é sua mamãe!
Eu só sabia chorar e agradecer à Deus por ter preparado tudo nos mínimos detalhes. 
Cada pessoa que ele colocou no meu caminho, cada segundo que se passou, cada dor que senti, simplesmente naquele momento eu soube que tudo valeu a pena.
Se eu tivesse mais 10 filhos (o que não é o caso..rs) eu teria todos naturalmente. Sem soro, sem corte, sem nada!
Porque eu sei parir, o bebê sabe o que fazer e essa é a melhor experiência que uma mulher pode ter como mãe!
Parir não é ser corajosa, não é ser guerreira, é ser mulher, é deixar a natureza agir, é deixar Deus conduzir.

Fomos para o quarto e começamos a comentar por cima tudo o que se passou.
A Carla me disse que em todos esses anos como doula, ela nunca tinha presenciado um parto tão desafiador, porque tinha uma super chance de indicarem uma cesárea e no fim evoluímos lindamente para um parto normal. *-*
Após um total de 29 horas de trabalho de parto, incluindo 8horas de trabalho de parto ativo e 2h40 de expulsivo!
Todos achávamos que terminaria em cesárea, mas terminou da forma que eu sonhei!





Daí você me pergunta: Mas parto normal dói?
E eu te respondo: O parto em si não dói tanto quanto o trabalho de parto. Sentir o bebê sair é o menor dos problemas...rs
Muitas mulheres me disseram que depois que passa você esquece a dor.
Na realidade eu lembro de doer muito, de achar que não ia aguentar a dor, que ia morrer...ahaha
Mas você aguenta e depois que passa você lembra com carinho de cada dor, porque foi ela que te ajudou a ter seu bebê nos braços.

Querer ter um parto seguro, nem sempre é ter um parto no convênio com os melhores médicos.
Eu pari, naturalmente, sem intervenção nenhuma e no SUS!

Com uma equipe maravilhosa. 
E depois de tudo, ainda pude amamentar minha pequena com calma, no quarto e em sua primeira hora de vida.

Enfim, esse é meu gigante e detalhado relato de parto.
Choro toda vez que lembro.
Foi o momento mais emocionante de toda a minha vida.
Espero que essa seja uma história que influencie muitas mulheres a não pensar em planejar uma cesárea e sim, deixar que Deus e seu bebê decida a melhor maneira de como vir ao mundo!

Agradeço imensamente à Deus por me amar tanto e me provar isso das melhores formas possíveis e agradeço a cada um que esteve presente e me ajudou nesse momento.
Mesmo aqueles que estavam longe torcendo e orando por nós e aqueles que estavam sofrendo, vibrando, e vivendo esse sonho maravilhoso comigo.




Hoje sou uma mãe realizada.
E agora é viver em função delas, as razões da minha existência!




Fotos: Danilo de França


Comentários

Kéca disse…
Chorando horrores kkkkk lindo demais
. disse…
HAHAHAHA

Obrigada amiga *-*
Kéca disse…
Li denovo kkkkkk chorei denovo parabens Seline😍

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